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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Núcleo Interdisciplinar de Artes no Centro Cultural São Paulo

            A criação de espaços que incluem a experimentação entre as artes está criando fôlego e cada vez mais  nos revela que esse contorno da arte da Arte Contemporânea, ou seja a relação de fronteira  das linguagens artísticas no processo de criação, está se assentando na maioria das Instituições que promovem a difusão e produção cultural. 
     O Centro Cultural São Paulo início uma programação  que procura valorizar a experimentação em artes integradas com a exibição de vídeos que estão disponíveis no espaço em locais diversos para maior interação do público. Essa programação  apresenta a exibição de vídeos em TV de Plasma entitulada de  "Paradas em Movimento" que  exibe a mostra "Passado Imperfeito", uma seleção de vídeos de alguns dos mais notáveis artistas contemporâneos do Equador: Juan Carlos León, Illich Castillo, Manuela Ribadeneira, Graciela Guerrero, Karina Skvirsky Aguilera, Miguel Alvear e Estefanía Peñafiel. O critério da compilação joga com a concepção filosófica do "eterno retorno", aquela repetição infinita de situações, acontecimentos, pensamentos, sentimentos e ideias. Esse ângulo de aproximação permite enfatizar o contraste permanente entre o passado e o presente que se concentra nos trabalhos, tanto de maneira literal como em metáforas evocativas que nos remetem à ressonância atual de um conjunto de experiências socioculturais que se passam no país. 

     
  Essa iniciativa é resultado das parcerias entre curadores e  artistas de diferentes linguagens para estimular a realização de projetos interdisciplinares. A idéia que é  experimentada no CCSP desde 2009 pretende reunir os coletivos de artes que tenham interesse em pesquisar esse tipo de produção e já tenham formação e realização voltados para esse lado da arte contemporânea. A importância dessa iniciativa promove não somente o dialogo interdisciplinar das linguagens, mas também o intercâmbio entre grupos e coletivos do Brasil e de outras  partes do globo. 
           A arte contemporânea parece não estar preocupada com  a permanência e preservação de uma forma única ou uma natureza artística imutável, então dessa maneira abre espaço para novas  poeticidades através da integração de formas e conceitos dentro da arte. 
Para complementar  a entrevista da curadora "Ana Maria Rebouças" e o link da programação do evento . 

Entrevista com Ana Maria Rebouças

"Quanto mais buscarmos integrar todos os processos expressivos, mais ricos podemos nos tornar em cultura e criatividade"

Entrevista e edição: Juliene Codognotto, Marcia Dutra e Vinícius Máximo

Ana Maria Rebouças é curadora do Núcleo Interdisciplinar do Centro Cultural São Paulo. Nesta entrevista, ela fala sobre a interdisciplinaridade e os projetos de pesquisa de linguagens artísticas desenvolvidos no CCSP.

Quando foi criada a curadoria interdisciplinar e a partir de quais necessidades do Centro Cultural São Paulo?

A ideia da curadoria interdisciplinar veio a partir do Fernando Oliva, que era diretor de curadoria na época, e do Martin Grossmann, então diretor do CCSP, que estavam querendo estimular projetos interdisciplinares. Eu tinha pensado num projeto que envolvesse pesquisa de linguagem em diferentes áreas artísticas no Espaço Cênico Ademar Guerra, utilizado muitas vezes para experimentação de grupos. Comecei a pensar no Zona de Risco, que seria um projeto de criação que permitiria aos grupos ficar mais tempo na instituição. Pensamos então que o Espaço Cênico Ademar Guerra, em alguns meses do ano, poderia ser como um laboratório para os artistas pesquisarem, experimentarem, e não só um espaço que recebe uma produção pronta, em temporadas específicas. A ideia era trazer para o Centro Cultural essa característica de experimentação que sempre teve aqui. Zona de Risco nasceu primeiro como um projeto do Espaço Cênico Ademar Guerra, depois pensamos outras atividades que justificassem a criação de uma curadoria interdisciplinar. Comecei a fazer o Encontro de Improvisação e alguns outros projetos, também de caráter interdisciplinar, foram incorporados à curadoria interdisciplinar, que nasceu no primeiro semestre de 2010.

Espaço Cênico Ademar Guerra
Espaço Cênico Ademar Guerra - Foto: Sônia Parma

Quando exatamente surgiu o Zona de Risco e como o projeto tem se desenvolvido?

Zona de Risco surgiu em agosto de 2009, quando quatro grupos de dança, teatro, música e artes visuais foram convidados e ficaram durante mais ou menos três meses no CCSP. A escolha dos grupos para o projeto é feita pensando na contribuição que eles podem dar à discussão interdisciplinar. Um dos critérios é o grupo estar aberto ao diálogo interdisciplinar, mesmo que não trabalhe na fronteira de linguagens. Este ano acontece a segunda edição e a ideia é que haja uma vez por ano, cada vez com uma proposta diferente. Fronteiras foi o tema a que os quatro grupos da primeira edição chegaram depois de muita discussão.

Zona de Risco 2009
Zona de Risco 2009 - Foto: João Mussolin


Já o Coletivo Bruto foi convidado para o Zona de Risco 2010 com a proposta de criar um espetáculo sobre o Centro Cultural São Paulo a partir de experiências de deriva. Convidamos um só grupo para a edição deste ano, para trabalhar a partir de um conceito situacionista de meados do século 20, criado quando um grupo de arquitetos e urbanistas pensava estratégias de atuação no mundo e discutia os procedimentos de deriva na sociedade contemporânea, no sentido de trazer de volta o cotidiano e se apropriar do gosto pela vida e do espaço público. Desde outubro, o grupo tem feito várias intervenções no prédio, envolvendo, inclusive, os usuários do CCSP. Essas ações pelo espaço são registradas em vídeo e, a partir do material recolhido, o coletivo vai apresentar em novembro o resultado da residência, chamada pelos integrantes de Habitação Bruta.

Você considera que a questão da pesquisa entre linguagens é uma demanda dos próprios artistas? Você identifica isso como evidente na cena artística atual?

Eu acho que é evidente se olharmos um pouco para a produção que está sendo feita hoje em todas as artes, com cruzamentos entre vídeo, dança, teatro, corpo e tecnologia, mas nem sempre esse discurso fica muito explícito. Acho que os grupos vêm procurando o diálogo entre as linguagens, mas isso não é feito de forma muito consciente. Existem vários cruzamentos e pretendemos explorar mais isso. Essa é a tendência que está se consolidando. Há também grupos que são interdisciplinares, como o Coletivo Bruto, que convidamos para o Zona de Risco deste ano. Ele já tem uma proposta clara, é um coletivo que busca diversas poéticas e linguagens.

Encontro de Improvisação (EI!) antes era mais voltado para a área de dança. O que mudou no projeto para que ele tenha passado a ser classificado como programação interdisciplinar?

Mudou bastante coisa. Antes de colocarmos o EI! na curadoria interdisciplinar, já havíamos chamado a Cia. Inadequada, um grupo de teatro com forte ligação com dança, para participar, além de alguns grupos de música e instrumentistas. Já estávamos buscando a improvisação em outras áreas e pensando em colocar outras linguagens no encontro. Como as experiências estavam sendo enriquecedoras e vários coletivos também tinham propostas de improvisação não apenas em dança, resolvemos tornar o Encontro de Improvisação um projeto interdisciplinar. Agora, todo grupo que vem fazer o EI! traz uma proposta específica para o encontro, dizendo como vai trabalhar com improvisação. Assim como o Zona de Risco, o Encontro de Improvisação muda a cada ano. Este ano é EI! - Coletivos. Estamos trabalhando com grupos que já têm uma formação mais interdisciplinar e voltada ao cruzamento de linguagem. Chamamos, por exemplo, o Barbatuques, que faz percussão corporal, e o Coletivo Iaré, que propôs trabalhar plasticamente a expressividade do corpo.

Você disse que a partir do Zona de Risco outros eventos foram incorporados à curadoria interdisciplinar, além do Encontro de Improvisação. Quais são esses eventos?

A curadoria interdisciplinar está responsável pelo Paradas em Movimentoe também pela Anilla Cultural, que vai ser inaugurada no dia 6 de novembro e é um anel cultural que envolve cinco centros culturais (quatro na América Latina e um na Espanha). Será instalada a Internet 2, uma Internet de alta velocidade, e os cinco centros culturais vão estar conectados por essa rede. Estamos procurando formas de utilizar essa estrutura em propostas artísticas, co-criações também envolvendo improvisação, porque a ideia é que aconteçam em tempo real. Cada centro cultural pensou um projeto a partir de uma metáfora comum, aNova Ágora, que traz a ideia da praça pública na Grécia Antiga, e o que seria essa Nova Ágora virtual.

Como você avalia a resposta do público aos projetos que estão sendo chamados de interdisciplinares?

No ano passado, o Zona de Risco teve uma boa resposta do público. NoEncontro de Improvisação temos tentado fazer um bate-papo com o público no último dia de atuação do grupo. As pessoas têm acompanhado e aprovado a tentativa de ampliar os recursos de improvisação, não só com movimentos de corpo, mas também com falas, com artes plásticas. Acho que são interessantes esses projetos interdisciplinares que tentam buscar um ser humano integral e utilizar cada vez mais recursos para poder se expressar.

Como você definiria uma obra interdisciplinar?

Eu não vejo uma característica que defina uma obra interdisciplinar, mesmo porque eu não sei se é uma obra, se tem o caráter de obra. Temos, na verdade, uma proposta muito mais modesta, que é estimular a experimentação. Então, eu não acho que seria interessante definir o que é isso. Alguém que vem participar de alguma atividade ou assistir a algum evento interdisciplinar não pode esperar nada que esteja acostumado a ver. Isso pode tanto gerar um estímulo quanto um receio, um bloqueio. É sempre um desafio, porque existem muitas possibilidades de interdisciplinaridade nas artes. De início, pode causar um estranhamento, mas também abre outras possibilidades de apreensão, de percepção da realidade, de sensações. A ideia é sempre expandir tanto os sentidos quanto a capacidade de apreensão da realidade, porque vivemos uma época muito especializada em tudo. Perdemos a visão do todo, a visão integral do ser humano. As artes também estão muito compartimentadas e o público está muito segmentado, então a ideia também é deslocar um pouco esse circuito. Uma música, por exemplo, está ligada à letra, à manifestação de dança e à expressão tanto por texto quanto por som e corpo. Uma manifestação artística nasce de uma necessidade, de como percebemos o mundo e de como podemos expressar essa percepção de mundo. Quanto mais buscarmos integrar todos os processos expressivos que temos a possibilidade de desenvolver, mais ricos podemos nos tornar em cultura e criatividade. Quando você não mostra o esperado, a pessoa vai ter que reagir de outra forma e, quando ela se depara com uma coisa que não sabe o que é, ela participa mais, porque já não está condicionada a um comportamento esperado. 


Programação Completa :
http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_diaria_interdisciplinar.asp

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Medéia ( 1987) de Lars Von Trier

       Lars Von Trier  é muito conhecido por seus polêmicos filmes "Anti - Cristo, Dogville, Manderlay, Os Idiotas  e Dançando no Escuro", obras que lhe deram projeção internacional, mas antes da realização desses filmes, ele produziu alguns curtas - metragens e  filmes para TV. Dentre essas produções para TV realizou uma adaptação da obra do escritor grego Euripides. Esse trabalho foi feito em 1987, período que diretor ainda não era um nome recorrente nos principais festivais de cinema, fato que ocorreu posteriormente. " Medéia" é uma adaptação que não mantém uma fidelidade ao texto original, mas também não o transgride  de modo radical. Esse filme nasceu de uma livre adaptação que outro cineasta tinha escrito para obra. Carl T. Dreyer, um dos maiores diretores e um dos primeiros da Dinamarca a ter sua  produção cinematográfica reconhecida pelo seu valor estético,  escreveu o roteiro para adaptação de Medéia  e não o  realizou, mas que bom que Lars Von Trier levou esse projeto de Dreyer à sério, transformando o  em uma grande obra. 
      "Medéia"  apresenta uma beleza visual incrível, vale a pena  conferir para que não achem  que  é apenas impressionismo, o filme  mostra um pouco das terríveis violências que o humano é acometido, mas de forma sutil, sem os exageros catárticos  que se tornaram imagens já clássicas nos  principais filmes de Lars Von Trier. A obra é um mergulho na dor e retaliações vividas pela alma feminina. A perspectiva dessa adaptação dá mais atenção para os tormentos que afligem Medéia, diferente da adaptação do Pasolini de 1970 que busca ser mais fiel a concepção grega e as trajetórias tanto de Medéia como de Jasão. 
   Nessa realização para a TV, Lars Von Trier abusa das experimentações visuais com  sobreposições e justaposições de imagens para simbolizar as tensões de Medéia, o uso de imagens desfocadas propõem um densidade ao filme que lançam o espectador a uma atmosfera atemporal. 
     Em suma,  para quem se interessar deixarei o Torrent com legendas em português pra baixar o filme. Essa semana  vi um documentário sobre o Charles  Bukowski e um dos seus comentários em resposta a um leitor sobre sua obra e sobre o amor ele dizia "O amor têm seu próprio inferno e agonia" para mim essa frase define "Medéia de Lars Von Trier ....

Fábio Jota ...

http://www.youtube.com/watch?v=ZKoa3OJsDNY
http://trixxx.com.br/?p=6345
http://www.megaupload.com/?d=KKNJS1ZT ( Só baixa por sistema de Torrents, as legendas em inglês e português estão incluídas, sugiro instalar o programa U Torrent ) 




quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Labuta


Jamac organiza Sarau Cinematográfico

Redação em 02/12/10
O Sarau Cinematográfico que acontece no sábado, dia 4, é resultado de um ano de trabalho através das oficinas de cinema digital, de animação e dos workshops temáticos com especialistas que compõem o projeto JAMAC Cinema Digital 2010, realizado em parceria com o Centro Cultural da Espanha (CCE_SP). O sarau é um momento de celebração e uma conquista para todos os alunos com a estreia dos curtas metragens desenvolvidos durante as aulas. No evento, haverá também música e poesia e a exibição da VideoDança “Labuta” do Núcleo Expressão.
Sobre o Jamac Cinema digital
O Projeto JAMAC Cinema Digital tem o objetivo de sensibilizar a comunidade do Jardim Miriam e comunidades próximas para a discussão de direitos humanos violados utilizando como recurso a linguagem do Cinema Digital. Para isso são realizadas Oficinas Culturais Básicas sobre cinema digital, onde os participantes compreendem e realizam roteiro, produção e edição de um curta-metragem a partir de tratamento visual de temas apresentados por eles, e Cineclube com Workshop aberto ao público, com discussões especificas para a linguagem e palestrantes convidados. Dessa forma, o projeto propõe novas formas de expressão, de participação social e de protagonismo.
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